Sim, tudo é dor . Não querer sofrer já é sofrer. E muita das vezes o processo da busca pelo não sofrer dói mais que passar pela situação que possivelmente causaria a dor a ser evitada. Confuso?! Ok.
As pessoas estão sempre preocupadas em não sofrer. Estão sempre buscando subterfúgios a fim de esconder a realidade. É o mesmo que mentir pra você mesmo. Como se “não sofrer” fosse a solução pra todos os problemas. Acontece que quando a realidade aparece, ela nos mostra um mundo que temos evitado. E às vezes o choque pode ser grande.
Outro dia li uma matéria que falava sobre a infelicidade no casamento e de pessoas que tentam a todo custo mantê-lo. Existem inúmeras situações que influenciam tais comportamentos como influência dos pais e/ou sociedade, "preconceito" de ser solteira (o) ou separada (o), por causa dos filhos, etc.
Manter um casamento/relacionamento pra mostrar pros outros e porque você tem "preconceito" de ser solteira (o) é viver a pior das infelicidades. Viver à custa da felicidade dos outros e da sociedade é realmente muito triste. Você passa a seguir padrões hipócritas. É querer aparecer bonito na fita. É parecer “ser”. Já não e tão fácil “Ser feliz”, mas “PARECER ser feliz” é mais complicado ainda. É mentir pra você mesmo e se autoconvencer que isso é verdade. Isso se chama mascarar a realidade.
Começa a complicar as coisas quando as pessoas mantém o casamento porque será melhor para os filhos. Se perguntarem a qualquer pai/mãe o que deseja para o filho, a resposta imediata é: “que ele seja feliz”. Mas se nós como pais e responsáveis pela educação, não seria correto ensinar-lhe o que realmente é ser feliz? Se sim, então não acha que a melhor maneira de ensinar seria dando o exemplo?! Ou você quer mostrar pro seu filho que a melhor maneira de ser feliz é fingir ser feliz? Que para ser feliz é necessário viver á “felicidade” da sociedade? Que é viver padrões que não são padrões?
Ou será que você mantém um casamento só pra “você” ser feliz? Se a saída for essa, é uma pena. Você pode muito bem querer viver com outra pessoa a qualquer custo, porém é muito egoísmo manter tudo isso só pra sua felicidade. É muita loucura achar que alguém vai te fazer feliz. E assumir a responsabilidade de fazer outra pessoa feliz é outra loucura! As pessoas são felizes por desejos e sonhos que as realiza.
E ainda tem situações em que, ou a pessoa quer ficar presa a algum dogma, ou que esconde/proíbe a (o) outra (a) de conhecer o mundo. Em momentos de dificuldade, fraqueza e, talvez, desespero, é que as pessoas se agarram mesmo em alguma crença. Mas da mesma maneira que é viver à custa da felicidade da sociedade, utilizar a religião como fuga é o mesmo que proibir alguém de viver o mundo, porém, no primeiro caso você foge do conhecimento, e no segundo você proíbe o conhecimento.
Mas por que conhecimento? Porque conhecimento liberta. Principalmente o autoconhecimento. Quando nos autoconhecemos nos libertamos daquilo que não queremos e focando naquilo que buscamos. Só assim é possível enxergar o mundo como ele é e as pessoas como elas realmente são.
Mas isso não é garantia de nada, e nem de tudo. Para aceitar as nossas escolhas é necessário também autoconhecimento. Eu conheço pessoas que se conhecem tão bem que são capazes de escolher viver a necessidade da sociedade. E elas estão bem com isso. Mas cada um sabe a dor e a delícia de ser aquilo que é.
Enfim, o ideal é que as pessoas encontrem alguém que consiga extrair o seu potencial para buscar a própria felicidade, que faça você se autoconhecer, aí sim você conseguirá ser feliz com alguém, pois se já é feliz por si próprio, só resta a você acrescentar e ser acrescentado.
Partindo do pressuposto que a felicidade é como o amor, é algo a ser vivido, então a felicidade também é algo a ser praticado. Se é fácil? Não. Não é. Mas ao contrário do prazer momentâneo que gera um vazio, viver a própria felicidade gera um prazer que é perene e preenche.