sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

“Tudo é dor. E toda dor vem do desejo de não sentirmos dor”...

Sim, tudo é dor . Não querer sofrer já é sofrer. E muita das vezes o processo da busca pelo não sofrer dói mais que passar pela situação que possivelmente causaria a dor a ser evitada. Confuso?! Ok.

As pessoas estão sempre preocupadas em não sofrer. Estão sempre buscando subterfúgios a fim de esconder a realidade.  É o mesmo que mentir pra você mesmo.  Como se “não sofrer” fosse a solução pra todos os problemas. Acontece que quando a realidade aparece, ela nos mostra um mundo que temos evitado. E às vezes o choque pode ser grande.

Outro dia li uma matéria que falava sobre a infelicidade no casamento e de pessoas que tentam a todo custo mantê-lo. Existem inúmeras situações que influenciam tais comportamentos como influência dos pais e/ou sociedade, "preconceito" de ser solteira (o) ou separada (o), por causa dos filhos, etc.

Manter um casamento/relacionamento pra mostrar pros outros e porque você tem "preconceito" de ser solteira (o)  é viver a pior das  infelicidades. Viver à custa da felicidade dos outros e da sociedade é realmente muito triste. Você passa a seguir padrões hipócritas. É querer aparecer bonito na fita. É parecer “ser”. Já não e tão fácil “Ser feliz”, mas “PARECER ser feliz” é mais complicado ainda. É mentir pra você mesmo e se autoconvencer que isso é verdade. Isso se chama mascarar a realidade.

Começa a complicar as coisas quando as pessoas mantém o casamento porque será melhor para os filhos. Se perguntarem a qualquer pai/mãe o que deseja para o filho, a resposta imediata é: “que ele seja feliz”. Mas se nós como pais e responsáveis pela educação, não seria correto ensinar-lhe o que realmente é ser feliz? Se sim, então não acha que a melhor maneira de ensinar seria dando o exemplo?! Ou você quer mostrar pro seu filho que a melhor maneira de ser feliz é fingir ser feliz? Que para ser feliz é necessário viver á “felicidade” da sociedade? Que é viver padrões que não são padrões? 

Ou será que você mantém um casamento só pra “você” ser feliz? Se a saída for essa, é uma pena.  Você pode muito bem querer viver com outra pessoa a qualquer custo, porém é muito egoísmo manter tudo isso só pra sua felicidade.  É muita loucura achar que alguém vai te fazer feliz. E assumir a responsabilidade de fazer outra pessoa feliz é outra loucura! As pessoas são felizes por desejos e sonhos que as realiza.

E ainda tem situações em que, ou a pessoa quer ficar presa a algum dogma, ou que esconde/proíbe a (o) outra (a) de conhecer o mundo.  Em momentos de dificuldade, fraqueza e, talvez, desespero, é que as pessoas se agarram mesmo em alguma crença. Mas da mesma maneira que é viver à custa da felicidade da sociedade, utilizar a religião como fuga é o mesmo que proibir alguém de viver o mundo, porém, no primeiro caso você foge do conhecimento, e no segundo você proíbe o conhecimento.

Mas por que conhecimento? Porque conhecimento liberta. Principalmente o autoconhecimento. Quando nos autoconhecemos nos libertamos daquilo que não queremos e focando naquilo que buscamos. Só assim é possível enxergar o mundo como ele é e as pessoas como elas realmente são.  

Mas isso não é garantia de nada, e nem de tudo.  Para aceitar as nossas escolhas é necessário também autoconhecimento. Eu conheço pessoas que se conhecem tão bem que são capazes de escolher viver a necessidade da sociedade. E elas estão bem com isso. Mas cada um sabe a dor e a delícia de ser aquilo que é.

Enfim, o ideal é que as pessoas encontrem alguém que consiga extrair o seu potencial para buscar a própria felicidade, que faça você se autoconhecer, aí sim você conseguirá ser feliz com alguém, pois se já é feliz por si próprio, só resta a você acrescentar e ser acrescentado.
Partindo do pressuposto que a felicidade é como o amor, é algo a ser vivido, então a felicidade também é algo a ser praticado.  Se é fácil? Não. Não é. Mas ao contrário do prazer momentâneo que gera um vazio, viver a própria felicidade gera um prazer que é perene e preenche. 

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

No cerne da Psico-sociedade...

E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”

O autoconhecimento permite você se inserir nas sociedades de maneira flexível, onde criamos um personagem adaptado a cada situação. E isso é muito válido. Isso é ser sociável. Mas às vezes a falta de autoconhecimento nos leva a percorrer caminhos e jornadas que molda em nossa personalidade um personagem, sendo este o seu “eu” para a sociedade. Isso se torna um problema quando tudo que se tem é esse personagem. Esse falso “eu”.

Eu nunca vi algum tipo de sociedade (independente de qual seja ela) que favorecesse seus membros a buscar a liberdade e/ou buscar autoconhecimento. A sociedade institui normas e comportamentos para nos manipular de forma implícita e silenciosa, para continuarmos ser passivos a ela. As instituições estabelecem um modo de pensar que impera como norma ou uniformidade de opiniões, sentimentos, pensamentos, etc. Mas por quê?! Simples: Quanto mais precisarmos de aprovação da sociedade, mais estaremos nas mãos dela. Conhecimento liberta. Inclusive da própria sociedade.

Qualquer comportamento que vá em direção da independência, da auto-aprovação ou da coragem de decidir, gera antipatia por partes daqueles que seguem os “padrões”, estes que às vezes nem mesmo são padrões. Ou seja, caminhar e criar novas atitudes (saudáveis ou não) em direção de interesses próprios não é bem visto por aqueles que nos controlam, e com o intuito de manter o controle, nossas ações são tachadas na maioria das vezes de egoístas e frias.

Deixar os outros conduzirem nosso jeito de sentir, pensar e agir é permitir sermos manipulados. É permitir que nossos valores resida neles. E quando não conseguimos a aprovação de que tanto procuramos, nós perdemos a direção, nos sentimos um “nada”, emocional ou moralmente sem valor.

Há quem diz ser livre e independente, mas só o autoconhecimento lhe dirá se esse é ou não o seu personagem.  Mas nunca é tarde para melhorar.  O melhor sempre está por vir.

Mas e aí: Seguir ou não seguir padrões?! Isso é uma questão individual. Depende do que você quer da vida e do que quer ser na vida. Há quem goste de viver a vida dos outros como também quem goste de ter a vida baseada em padrões. A questão é o autoconhecimento.  Nossa vida é baseada de sonhos e interesses próprios. Nem sempre o que está no coletivo faz parte dos nossos planos. Se você não tem sonhos e não faz planos para atingi-los, é melhor começar a sonhar e correr atrás deles, pois viver os sonhos dos outros não te fará feliz. Conhece-los é autoconhecer-se. O que importa é ter consciência das próprias atitudes e onde elas podem te levar, pois  a felicidade por prática, não é um produto e sim um jeito de ver e viver a vida. Cada um à sua maneira.

“Tenhamos em mente que não somos o que os outros pensam e, muitas vezes, nem mesmo o que pensamos ser; mas somos, verdadeiramente, o que sentimos. Aliás, os sentimentos revelam nosso desempenho no passado, nossa atuação no presente e nossa potencialidade no futuro...”  Do livro: Os prazeres da alma.