terça-feira, 1 de março de 2011

Histórias sem noção...


Há um bom tempo atrás, trabalhei em um hospital como técnico em análises clínicas. Como fiz muitas amizades no hospital, acabei fazendo colorida com uma nutricionista. Saímos uma vez… duas… até ficarmos juntos. Como se não bastasse, começou a me convidar pra almoçar. Beleza, até que o almoço passou a ser na casa dela. De tanto eu recusar os almoços, passou a ligar em minha casa e me procurando pra sair. 
Eu sempre não estava (pra ela), e minha mãe me socorria com minhas desculpas. Como se não bastasse novamente, passou a pegar minha mãe de conversa e ficava uma hora e meia ao telefone TODO DIA!!! Como eu adorava aquilo tudo. O telefone tocava e minha mãe já me xingava com o receio de ser ela. Em pouco tempo meu pai começou a socorrer a minha mãe (que antes me socorria). Meu pai se safava bem porque não é muito de bater papo ao telefone. Fiquei com ela dois finais de semana consecutivos.  E tudo isso aconteceu nesse período. 
Certo dia me convidou pra jantar, disse que faria uma lasanha e que convidara uma amiga com o namorado pra jantar também, e entremeio o jantar pensou em mim pra tocar violão e servir de companhia. Como as coisas haviam dado uma freada (de tanto ela não me achar em casa e não achar minha mãe também), aceitei. Vocês sabem como eu quase não gosto de comer… rsrs. Detalhe, como sempre me vestia de branco, à noite gostava de colocar uma roupa mais confortável, e nesse dia trajava All-Star, bermuda e camisa de malha. Só tinha um probleminha, e por incrível que pareça, eu não me encontrava com total “disposição estomacal”. Sabe aqueles dias que parece que você comeu uma coxinha estragada, então, estava desse jeito. Antes de chegar ao jantar até passei numa farmácia pra comprar um antiácido pra ver se melhorava um pouco. Pronto, cheguei na casa dela. Agora as coisas começam a ficar boas.
Toquei o interfone, ela atendeu e pediu-me que subisse pro apartamento. Detalhe: ela morava naquelas vilas onde são construídos casas e apartamentos todos coladinhos uns nos outros. Beleza, percorri aquele longo corredor de “prediozinhos” e cheguei na entrada do prédio. Ela morava no segundo andar. Começou a ficar emocionante assim eu pisei no primeiro degrau da escada. Havia pétalas de rosas vermelhas em cada degrau da escada. 
Você deve imaginar que eram poucas pétalas, mas não. Era algo do tipo, “sou amigo de um floricultor” muito gente boa que me doou todas essas rosas. Sabe aquela sensação de medo do desconhecido??? Esse era meu sentimento. Não tinha sequer a noção do que me esperava. Degrau a degrau as rosas se repetiam, até que enfim, chego ao me destino. Beleza! Cheguei sem deixar perceber que tremia igual vara verde. Toquei a campainha. Sem que eu a veja, ela abre a porta e favorece a vista da sala que se encontrava à luz de velas. Ela me sai de trás da porta de vestido longo e decotado, preto, e toda maquiada como se fosse a um jantar de gala. 
Pronto! Voltei a tremer. Ela só é uma linda loira de 1,80 mts de olhos verdes. Agora imagina a minha cara ao vê-la, e eu de All-Star, bermuda e camisa de malha. Não que eu deveria estar de smoking, mas o contraste era exorbitante. À cumprimentei e criei coragem pra dar o primeiro passo para entrar no apartamento. 
Assim que entro, a minha hipótese de que ela tinha um amigo floricultor deixa de ser hipótese. Mesa posta pra quatro pessoas, sofá e chão: TODOS COBERTOS COM PÉTALAS DE ROSAS!!! Pra melhorar um pouco mais a situação, me sai da cozinha a bendita amiga, de vestido longo e decotado, preto, e toda maquiada. Será que elas combinaram algo??? Não sei… Nesse momento eu já me perguntava como deve ter sido formatado toda a estratégia e plano de ação, e se existia algum código pra um próximo passo.
Pra eu me descontrair um pouco, contei algumas piadas e toquei violão até que o namorado da amiga chegasse. E não é que chegou?! Quando ela abre a porta, entra um cara que eu nunca tinha visto na vida exatamente com: All-Star, bermuda e camisa de malha. Agora imagine o que esse cara deve ter passado até entrar no apartamento e o que ele pensou quando me viu. 
A partir daí não houve muita coisa emocionante, principalmente pro meu estômago, lembra?! Como eu adoro brócolis. Exatamente! Uma lasanha de brócolis. Também, o que eu poderia esperar de um jantar na casa de uma nutricionista. Depois de “comidos”, eu e o outro adepto do All-Star ficamos entreolhando um ao outro a noite inteira com cara de “o que nós estamos fazendo aqui”, variando às vezes com “aonde eu vim parar”, “será que tô surtando”, “PQP vambora”…
Depois disso foi a gota d’água pra eu parar de sair com a individua. E até hoje quando eu topo com o sujeito na rua, a gente dá umas gargalhadas sem trocar muitas palavras…
Meninas, fica a dica: quem quiser conquistar alguém, é só seguir os passos acima, Ok?!

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